Lula fracassa ao tentar convencer o PMDB a rever sua saída do governo
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Apesar dos apelos do Palácio do Planalto, de Lula e da ala
governista do PMDB, o diretório nacional do partido vai se reunir no dia
29 de março para definir a data-limite do desembarque do governo. Os
sete peemedebistas que compõe o ministério da presidente Dilma Rousseff
deverão entregar seus cargos até o dia 12 de abril.
Lula
envolveu-se nas discussões e trabalhou para adiar a reunião do
diretório. No entanto, conseguiu apenas convencer o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dar uma declaração pública de que
sigla agrava a crise se sair do governo. "O PMDB não pode dar o gatilho
do impeachment", disse Renan.
O presidente do Senado falou com os jornalistas
minutos depois de encontrar-se com Lula na casa do ex-presidente e
ex-senador José Sarney (PMDB-AP).
A conversa entre
os três durou duas horas. Renan se negou a dar detalhes, mas a
reportagem apurou que o objetivo de Lula era buscar o adiamento da
reunião do diretório do dia 29 de março para o dia 12 de abril. No
começo da noite, um grupo de mais de 20 deputados pressionou o
vice-presidente Michel Temer - que é também presidente nacional do
partido - a não aceitar a mudança.
Apesar da tentativa de ajudar
Dilma e Lula, Renan nega qualquer desentendimento com Temer, que é o
principal beneficiário em caso de impeachment da presidente. Nos
bastidores, o próprio vice tem defendido que não é o momento de "pular
etapas". Ele não quer ser tachado como "golpista" e, por isso, tem
evitado conversas mais explícitas sobre as articulações em favor do
afastamento de Dilma. Temer, porém, negou-se a participar da reunião de
coordenação de governo realizada anteontem.
Mesmo com
algumas divergências, a avaliação geral das duas alas do PMDB é de que
hoje o impeachment de Dilma é inevitável. Aliado de Renan, o líder do
PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirma que se o governo não
conseguir 171 votos na Câmara para barrar o impeachment, o Senado não
conseguirá reverter essa decisão - o afastamento da presidente precisa
ser aprovado nas duas Casas. "Se aprovar na Câmara, dificulta muito no
Senado", disse. "Eu tenho de respeitar a vontade da bancada", completou.
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